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“Tentamos investir e criar diferentes fontes de receitas”, diz Guilherme Mampuya

“Tentamos investir e criar diferentes fontes de receitas”, diz Guilherme Mampuya

Com trabalhos plásticos apresentados na Expo Dubai, o artista Guilherme Mampuya defende a ideia de que as autoridades angolanas devem fazer maior investimento nas artes, de forma a propulsionar a divulgação, preservação, valorização e a perpetuação da história de Angola.

O angolano, que há 15 anos abandonou a comodidade de um escritório de advocacia para se dedicar às artes plásticas, olha para a necessidade da criação de galerias e oficinas para os artistas plásticos nacionais.

Com o regresso das actividades, ainda que de forma acautelada por conta das restrições impostas pela Covid-19, o artista, formado em Direito Comercial, assegura que uma das maiores dificuldades nesta fase pandémica está na aquisição de material.

“O encerramento das fronteiras impactou e muito no processo de importação da matéria-prima. Tive alta demanda ao longo de 2020, e isso aumentou o uso de material, levando a que fosse obrigado a recorrer a pessoas amigas que estão no exterior, no sentido de comprarem o material. Noutras situações, há colegas dentro do país a pedir material emprestado, só para poderem responder à demanda que tive. Angola não produz o material que usamos, a solução é mandar vir de fora. Felizmente consegui manter-me no mercado”, disse.

Diante de tantas contrariedades, Guilherme acredita ser possível falar em um futuro promissor da cultura angolana, em geral, e das artes plásticas, em particular.

“É possível, desde que se faça uma aposta muito forte. Temos de trabalhar muito. Precisamos de mais ousadia, empenho e abnegação de todos os criadores. Não adianta olharmos para o mercado de forma individual, devemos ter uma visão holística e pensar juntos para o rumo de que necessitamos”, frisou.

Guilherme salientou ainda que as actuais condições tornam o processo ainda mais difícil, mas, com força de vontade, pudesse levar adiante o projecto cultural.  “A cultura angolana é muito rica e diversificada e com forte presença. Só temos de saber direccionar a nossa acção, para a concretização dos projectos traçados”, afirmou.

Sobre as opções, tem recorrido para continuar a fazer da arte uma fonte de renda. Guilherme Mampuya fez saber:

“Desde que entrei no mundo das artes não me tenho limitado a pintar telas em acrílico ou sobre óleo. Faço pintura, trabalho de porcelana, pintura mural e trabalho sobre tecido. Tentamos investir em várias outras áreas e criar várias fontes de receitas”.

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